terça-feira, 8 de julho de 2008

Uma vida dedicada às pistas

Estou iniciando nesse blog o marcador Biografias.

O texto que inicio hoje é de autoria de Rubens Barrichello, e foi escrito logo que decidiu romper com a Ferrari e ir para a Honda. Pretendo publicá-lo em capítulos, até concluí-lo no domingo.

É de leitura agradável, acompanhe.

A família da minha mãe sempre esteve e ainda está envolvida com automobilismo. Meu tio Dárcio tem uma equipe de Fórmula 3 sul-americana e alguns dos meus primos de Kart.

Aos seis anos ganhei meu primeiro kart do meu avô materno e tive que realmente provar que daria certo pra convencer meu pai a me deixar competir. Ele sempre me disse que primeiro tinha que ir pra escola e depois “brincar” e que se eu tivesse notas vermelhas eu não poderia mais andar de kart. Mas quando na minha primeira corrida oficial cheguei em terceiro, na segunda em segundo e na terceira venci as coisas mudaram um pouco. Continuei tendo que estudar muito, mas ganhei um grande aliado: meu pai. Posso afirmar com toda certeza que foi ele o grande responsável por ter chegado onde cheguei.


Meu pai esteve e está ao meu lado em todos os momentos, nos maus e nos bons! Tenho total consciência da importância de minha família neste processo todo.

A partir daí, foram anos de muitas conquistas. Competi por oito anos de kart e fui 5 vezes campeão brasileiro e paulista, sem contar as tres vezes que fui vice, e campeão sul-americano em 1986. O engraçado é que ganhei do pai do Montoya nesse campeonato, e fui nono no Campeonato Mundial em 1987. Nesse mundial fui apadrinhado pelo Senna e tínhamos dinheiro apenas para eu ir só. Foi bem difícil, pois eu não falava nada em nenhuma outra língua e meu melhor amigo durante o campeonato se tornou um surdo-mudo, pois ele tambem não falava nada e assim nós nos entendíamos muito bem!

Aos 16 para 17 anos, no início de 1989, tive que abandonar minha grande paixão, o kartismo, e ingressei na Fórmula Ford. Nessa época, as coisas ainda eram difíceis e me lembro bem de um episódio muito engraçado. Só tínhamos dinheiro para comprar um Fórmula Ford usado. E não era dos melhores. Antes dos primeiros treinos oficiais tivemos que enviar os carros através da transportadora oficial da competição. Inexplicavelmente, meu carro caiu do caminhão e ficou destruído. Resultado: recebi um carro novinho e com isso pude já vencer a primeira prova. Terminei o campeonato em terceiro lugar. Aprendi muito na época, pois a diferença de um kart para um Fórmula Ford era e é enorme.



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